Edição - 000-4

Oscar 2009

MELHOR FILME
Frost/Nixon / O Curioso Caso de Benjamin Button / O Leitor / Milk - A Voz da Igualdade / Quem Quer Ser um Milionário?
Quase um repeteco dos indicados ao Globo de Ouro. Milk acabou ficando com a vaga do quase esquecido Foi Apenas Um Sonho. A disputa maior pela estatueta parece que vai ficar mesmo entre Benjamin Button e Quem Quer Ser um Milionário?

MELHOR ATOR
Brad Pitt (O Curioso Caso de Benjamin Button) / Sean Penn (Milk) / Frank Langella (Frost/Nixon) / Mickey Rourke (O Lutador) / Richard Jenkins (The Visitor)
Mais uma chance para Brad Pitt depois de perder o Globo de Ouro para Mickey Rourke. Mas nenhum dos dois deve vencer essa luta. O desempenho de Sean Penn em Milk parece ser a bola da vez na categoria.

MELHOR ATRIZ
Meryl Streep (Dúvida) / Anne Hathaway (O Casamento de Rachel) / Kate Winslet (O Leitor) / Angelina Jolie (A Troca) / Melissa Leo (Rio Congelado)
A campeoníssima Meryl Streep marca presença. Mas desta vez deverá fazer apenas figuração. As apostas maiores estão com Kate Winslet, após a dobradinha do Globo de Ouro, e Angelina Jolie. Correndo por fora vem Anne Hathaway

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Josh Brolin (Milk - A Voz da Igualdade) / Robert Downey Jr. (Trovão Tropical) / Philip Seymour Hoffman (Dúvida) / Michael Shannon (Foi Apenas Um Sonho) / Heath Ledger (Batman - O Cavaleiro das Trevas)
Coincidência é simbólica e premonitória: a indicação de Heath Ledger ao Oscar ocorre na mesma data em que morreu no ano passado (22 de janeiro). Não tem pra ninguém: o Coringa dará o Oscar póstumo à Ledger.

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Penélope Cruz (Vicky Cristina Barcelona) / Viola Davis (Dúvida) / Amy Adams (Dúvida) / Taraji P. Henson (O Curioso Caso de Benjamin Button) / Marisa Tomei (O Lutador)
Taraji Henson foi esquecida no Globo de Ouro. A indicação ao Oscar faz jus ao comovente desempenho da atriz como mãe adotiva de Brad Pitt em Benjamin Button. Sua grande adversária na categoria é Penélope Cruz. Vale destacar a presença da já oscarizada Marisa Tomei, ensaiando uma retomada da carreira.

MELHOR DIRETOR
Stephen Daldry (O Leitor) / David Fincher (O Curioso Caso de Benjamin Button) / Danny Boyle (Quem Quer Ser Um Milionário?) / Gus Van Sant (Milk - A Voz da Igualdade) / Ron Howard (Frost/Nixon)
Os indicados na categoria de Filme confirmam indicando também os diretores. Ausência de Foi Apenas Um Sonho lá, ausência de Sam Mendes aqui. Danny Boyle já levou o Globo de Ouro. Seria a hora e a vez de David Fincher?

MELHOR FILME ESTRANGEIRO
Valsa com Bashir (Israel) / The Baader-Meinhof Complex (Alemanha) / Entre Les Murs (França) / Departures (Japão) / Revanche (Áustria)
Com a ausência de Gomorra o caminho ficou aberto para o israelense Valsa com Bashir. A atualidade do tema dá uma força adicional para o apelo da produção

MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
Kung Fu Panda / Wall-E / Bolt - Supercão
Houve expectativa para indicação de Wall-E como Melhor Filme. Não deu. Restrito à categoria de animação é uma barbada. Páreo corrido. Num ano menos competitivo Kung Fu Panda teria mais chances.

Índia em alta

Breve conheceremos os concorrentes ao Oscar 2009. Talvez se confirme a presença de Slumdog Millionaire entre os indicados às principais categorias. A produção, de origem independente e alternativa, dirigida pelo inglês Danny Boyle, corre por fora na comparação com as grandes produções. O longa já quebrou a resistência do grande público, conquistou elogios da crítica e atraiu a atenção dos grandes estúdios e distribuidoras internacionais. Cumpre-se assim a possível presença indie na maior premiação do cinema americano. Slumdog Millionaire assume a posição de pequena produção de grande prestígio já ocupada por Juno e A Pequena Miss Sunshine em edições recentes. No ano em que uma poderosa produção do cinema clássico como Benjamin Button tinha tudo para arrombar a festa, um discreto e improvável filme “indiano” ameaça atrair todos os holofotes ao som dançante de M.I.A. Será que Hollywood premiará sua congênere Bollywood?

Edição 000-3

Câmera mortal

Sem querer estragar a surpresa de ninguém, chamo atenção para uma sequência bem simbólica do chamado "cinema-verdade" de Quarentena. Lá pelas tantas o operador da câmera se vê obrigado a utilizar seu instrumento de trabalho como arma. Experiências de meta-cinema já assistimos várias. O filme dentro do filme, o conteúdo gerando conteúdo, isso tudo é um estilo de linguagem que exerce fascínio aos cineastas. Quanto mais a tecnologia permite, mais avançam os limites. Em 1999 o pioneiro A Bruxa de Blair abriu o caminho para novas experiências, das quais Quarentena é o exemplar mais recente. A tal sequência que comentamos leva o filme ao tênue limite entre meta-cinema e mata-cinema. Há como ser mais explícito?

Ônibus do Brasil não vai ao Oscar

Não deu para Bruno Barreto. Seu ônibus ficou na parada e não avançou entre as produções selecionadas para receber a indicação final ao Oscar de Filme Estrangeiro deste ano. Outra ausência percebida foi de Gomorra, o representante italiano. O comitê da Academia pré-selecionou 9 entre as 65 produções estrangeiras indicadas ao prêmio que será entregue no dia 22 de fevereiro. Um mês antes (21 de janeiro) serão anunciados os concorrentes ao 81º Oscar.

Os filmes estrangeiros que seguem na disputa são:


Revanche, de Gotz Spielmann (Áustria)


The Necessities of Life, de Benoit Pilon (Canadá)


Entre Les Murs, de Laurent Cantet (França)


The Baader Meinhof Complex, de Uli Edel (Alemanha)


Waltz with Bashir, de Ari Folman (Israel, vencedor do Globo de Ouro)


Departures, de Yojiro Takita (Japão)


Arrancáme la Vida, de Roberto Sneider (México)


Everlasting Moments, de Jan Troell (Suécia)


3 Monkeys, de Nuri Bilge Ceylan (Turquia)

Globo de Ouro

O Globo de Ouro deste ano decidiu premiar os pequenos e rejeitados, deixando de lado os consagrados e poderosos. O vencedor de melhor filme dramático foi o semi-independente Slumdog Millionaire, que de quebra ainda levou o prêmio de melhor direção para Danny Boyle. A sempre elogiada, e nunca premiada, Kate Winslet, compensou derrotas do passado. Foi dose dupla. Levou para casa dois troféus: atriz coadjuvante, por O Leitor, e atriz por Foi Apenas um Sonho. Completando o time dos enjeitados apareceu o lutador que não vai à nocaute. Mickey Rourke ficou com o Globo de Ouro de ator dramático por... O Lutador. Grandes produções como O Curioso Caso de Benjamin Button; Frost / Nixon e Dúvida, com muita indicações, saíram do jantar-cerimônia de mãos abanando. Unanimidade mesmo, para valer, só veio com a premiação e o reconhecimento a Heath Ledger por seu estupendo desempenho como o Coringa em Batman – O Cavaleiro das Trevas. Tudo leva a crer que teremos reprise no Oscar, dia 22 de fevereiro.

Se Eu Fosse Você 2 – A Missão

A grande notícia do cinema nacional neste início de ano é a bilheteria arrasadora de Se Eu Fosse Você 2, sequencia da comédia dirigida por Daniel Filho em 2006. Os números são respeitáveis. Lançado em 330 salas o filme atingiu em sua primeira semana um público de 570 mil espectadores, com uma arrecadação bruta na ordem de R$ 8,5 milhões. São números de fazer inveja a produções de qualquer procedência. Por exemplo, o filme gracinha do Natal, Marley & Eu, e a continuação Madagascar 2 (um típico filme-de-férias), com toda a força de marketing de estúdios poderosos atingiram rendas 50% menores que a produção brasileira, sem falar que estão há mais tempo em cartaz. Produzir sequências de filmes de sucesso não é exatamente uma especialidade do cinema brasileiro, onde a experiência mostra que nem sempre um raio cai duas vezes no mesmo lugar. Mas Daniel Filho resolveu arriscar, e se deu bem. Sob qualquer ângulo que se examine a questão este é um fato positivo para o cinema verde-amarelo. O êxito comercial de Se Eu Fosse Você 2 (independente de qualquer juízo crítico que se faça ao filme) representa um incentivo para novas produções, abre espaço na programação nas salas das grandes redes, dá fôlego aos produtores e estimula a indústria do cinema no país. A experiência foi bem sucedida. Ok. Mas torçamos para que as sequências, continuações e partes 2 não invadam indiscriminadamente nosso cinema. Caso contrário corremos o risco de ver coisas como Cidade de Deus – Revoluções; Carandiru 2 – O Resgate ou A Filha de Zezé.

Edição 000-2

A estreia

Esta é a estreia. O primeiro post do blog do Cine Guia PREVIEW.
Originalmente o Cine Guia PREVIEW foi uma publicação impressa distribuida gratuitamente nos cinemas de Porto Alegre. A publicação iniciou em 1995 e seguiu neste formato impresso até o ano 2000, quando deixou de circular.
No final do ano passado o PREVIEW retornou às atividades, de cara nova. Outros tempos, outra mídia. O PREVIEW foi transformado em newsletter em busca de um público leitor ainda maior pela web. Ainda estamos produzindo edições-teste antes do lançamento oficial.
Agora, na virada do ano, o PREVIEW estreia o blog, seu novo espaço de comunicação com os leitores.

Esperamos contar com sua leitura e sua participação.

Se você deseja assinar gratuitamente o newsletter, editado quinzenalmente, basta enviar nome, cidade e e-mail para: cineguia@cineguiapreview.com.br

Até a próxima sessão.