A Pantera

Farrah Fawcett (1947 - 2009)

Newsletter - edição 8

Porto Alegre entra no clima fantástico

Eventos temáticos de cinema tem sido uma tendência em todo o mundo. Atrás de gêneros, comportamentos e estilos de filmes se congregam desde apreciadores eventuais até fãs radicais. Estão aí as convenções e os encontros de filmes e quadrinhos que não deixam mentir. Um público essencialmente jovem e participativo invariavelmente lota estas atividades. Porto Alegre também está neste circuito com a realização do Fantaspoa – Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre, que este ano chega à sua 5ª edição. O festival é pioneiro no Brasil como evento cinematográfico voltado ao gênero fantástico, incluindo os subgêneros da fantasia, da ficção científica e do horror.

O Fantaspoa acontece de 3 a 19 julho em diversos espaços e salas de cinema da capital gaúcha. O festival faz o resgate de títulos importantes do gênero fantástico em paralelo à exibição de produções inéditas. Para esta ano está prevista a exibição de mais de 150 filmes em diversas mostras temáticas, como as mostras “Rojo Sangre” (Argentina), “França Fantástica” e o especial Kit Parker com títulos raros e inéditos no Brasil, entre eles “Sexo e Pipoca Amanteigada, A História do Cinema Sexploitation em Hollywood”, “O Rei Dinossauro” e “A Noiva e o Monstro”. Além das mostras temáticas, o Fantaspoa também promove mostras competitivas de curtas-metragens, de longas-metragens e várias sessões especiais. Durante o festival ainda ocorrerão atividades paralelas, como palestras, workshops, sessões comentadas e oficinas. Mais informações no site oficial: http://www.fantaspoa.com/

Gandhi x E.T.

Uma das questões mais recorrentes nas premiações do Oscar são as injustiças históricas cometidas pela Academia. Uma das mais lembradas foi a entrega do Oscar de Melhor Filme de 1982 para Gandhi no mesmo ano em que E.T. estava na competição. Passados os anos o equívoco ficou ainda mais evidente. O filme de Spielberg assumiu a categoria de clássico de todas as idades, e a cinebiografia do líder indiano foi praticamente relegada ao esquecimento. Com alguma injustiça, diga-se a bem da verdade. Em comemoração aos 25 anos do filme foi lançada em DVD uma edição especial (dupla) de Gandhi, repleta de extras que reconstituem todo o processo de construção do épico, com o olhar crítico potencializado pela passagem do tempo. Em uma das intervenções do longo depoimento do diretor Richard Attenborough, nas entrevistas incluídas nos extras, o cineasta declara, com generosa sinceridade, que o filme de Spielberg é que deveria ser o grande vencedor do Oscar daquele ano. Não lamenta, é claro, a penca de prêmios que conquistou (foram 8). Mas reconhece que E.T., como obra cinematográfica, é uma realização mais completa e significativa do que seu épico histórico, produzido dentro dos padrões do cinema clássico. A escolha de Gandhi como vencedor do Oscar de melhor filme daquele ano sem dúvida se deve mais ao valor do homem e seu significado para a humanidade, do que por seus méritos como realização cinematográfica. Pode-se dizer que o Oscar foi para Gandhi, o homem, e não para Gandhi, o filme. Naquele contexto, portanto, E.T. pareceu piegas demais. Curiosamente Steven Spielberg e Richard Attenborough acabaram trabalhando juntos anos depois em Jurassic Park - O Parque dos Dinossauros.

Newsletter - edição 7

Adeus Kung Fu Bill!

No cinema ele fez Kill Bill. Na vida real Bill is dead. Apesar de inevitável, a morte sempre surpreende. Seja pelo inesperado, seja pelo inusitado, seja pela bizarrice. A morte de David Carradine carrega tudo isso. Sobrevive, no entanto, o ícone. Ele foi, nos anos 70, o herói que revelou o kung fu para o grande público (após Bruce Lee, certo). Seu papel na série de TV inspirou milhares, milhões. Tanto pela luta marcial, quanto pela filosofia de seu personagem que pregava a não-violência. Esta imagem está fixada no imaginário de uma geração. Sua trajetória de ator viveu altos e baixos desde então. Mais baixos, é verdade. Ironicamente, justo quando vivia um renascimento de sua carreira, David Carradine se defrontou com o fim. Adeus Kung Fu Bill!

A obra do Mestre

No mês de agosto Porto Alegre vai receber o curso A OBRA DE ALFRED HITCHCOCK, ministrado pelo jornalista e escritor Carlos Primati. Os participantes deste curso conhecerão as várias facetas do Mestre do Suspense: seus filmes; suas propostas; sua técnica; sua relação com os atores; suas metáforas; seus medos; seu humor; suas obsessões e sua genialidade. Alfred Hitchcock é certamente o mais popular diretor de toda a história do cinema. Seu perfil característico é reconhecido até mesmo por aqueles que jamais viram seus filmes, da mesma maneira que o mais casual dos cinéfilos é capaz de citar alguma cena memorável de um filme de Hitchcock, mesmo que nem o tenha assistido! Este é o poder inigualável da obra do realizador.

Tudo isto será tema do curso de Carlos Primati. Os principais trabalhos do cineasta serão analisados a partir de seus diferentes temas e propostas, explorando suas características e apresentando referências visuais de cada tema abordado. Serão examinadas também as motivações de Hitchcock e seu pleno domínio da técnica cinematográfica e da linguagem narrativa, exemplos máximos do cinema clássico. Durante as aulas serão exibidos trechos comentados dos principais títulos do mestre.

Carlos Primati é colaborador regular de diversos periódicos com textos sobre cinema, televisão, música, videogames e quadrinhos: O Estado de S. Paulo (Caderno 2. Zap!); Folha de S. Paulo (Folhateen); Jornal da Tarde; Bizz; General; Herói; Mundo Estranho; Superinteressante; Flashback; Conecta; Players e Pipoca Moderna. È editor também de revistas especializadas em cinema: Cine Monstro; Dark Side; West Side; DVD Total; Showtime

O curso “A Obra de Alfred Hitchcock” será realizado de 24 a 29 de agosto, no Centro Cultural CEEE Erico Veríssimo, em Porto Alegre. As inscrições abrem no mês de julho. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail cenaumprodutora@hotmail.com ou acessando: http://cenaumprodutora.blogspot.com